O antigo presídio São José, no bairro do Jurunas, em Belém, sofreu várias rebeliões entre as décadas de 1980 e 1990. A maior delas foi no dia 28 de fevereiro de 1998, uma tarde de sábado. Com capacidade para, aproximadamente, 150 presos, abrigava o dobro, em condições degradantes. Os presos pediam armas e um carro para fugir. Houve tiroteio. Presos reféns foram jogados do telhado do presídio. A revolta durou cerca de 30 horas e resultou na morte de três pessoas, nove reféns e muitos feridos.
Assim que a informação chegou à redação da TV Liberal, uma grande cobertura foi montada. Os jornalistas Salomão Mendes e Vânia Torres foram escalados para ir ao local. Vânia ficou com a transmissão dos plantões na programação da TV Liberal e Salomão era responsável pela cobertura na Globo News.
Em entrevista ao Memória TV Liberal, Vânia Torres lembra que a todo instante entrava com um plantão, ao vivo, ao longo da programação. E em uma das entradas, Salomão Mendes mostrou o momento em que um preso havia sido jogado por outros detentos. As reações de Salomão vazaram no ar. Logo depois, começou um tiroteio. Desesperado, o jornalista narrou ao vivo o que estava acontecendo.
O JL 2 daquele sábado trouxe as informações ao vivo do presídio São José. O “Jornal Nacional” daquela noite deu uma nota coberta (quando o apresentador narra as imagens que estão sendo exibidas) sobre o caso e informou que a rebelião ainda não havia acabado.
Em um dos plantões, no domingo, Vânia Torres narrou um dos momentos mais tensos. O “Ninja”, um dos mais perigosos presos do presídio, havia sido morto e o corpo estava pendurado de cabeça para baixo em frente ao presídio. Durante a tarde, a rebelião havia acabado. Pouco depois do fim do motim, Vânia Torres entrou ao vivo no programa “Domingão do Faustão”.
Webdoc traz depoimentos dos jornalistas Salomão Mendes e Vânia Torres e do repórter cinematográfico Ismar Antônio sobre os bastidores da cobertura da rebelião no presídio São José, em 1998.
